Lá estávamos de novo na beira do rio. Mais uma vez os Anzóis voadores se reuniram para uma nova empreitada mateira.
No timão da "nave" o Doc Feijão , nosso paramédico/curandeiro/pajé/MD, conduziu-nos novamente ao mais selvagem território ribeirinho. Na organização da empreitada Dezinho, na documentação Balinha e o mais noo componente da troup o menestrel MicheLãngelo o Mique.
Clima maravilhoso, céu lindíssimo e temperatura amena, nos encontraram no trevo de acesso a Passo do Sobrado e seguimos para o Rio Taquari. Lá já nos aguardava a família Sibiero e o Tio Lulu, personagens das HQs mais aventureiras que já lançaram.
O arrozal emoldurava a cabana do Tio Lulu com um verde espetacular.
A baixa desta aventura foi o nosso querido Magro Piti, que os deixou para ir a uma formatura. Um pena mas mantivemos nossos pensamentos unidos aos dele durante essa aventura. Acompanhe alguns momentos.
Ontem dei início a gestação da HQ como o título provisório de Hi-Brasil. E antes que se perguntem porque deste nome aqui vai uma das explicações. O resto, terão que procurar ler a HQ.
BRASIL, O PARAÍSO PERDIDO
A partir de meados do ano 1300 e por mais de cinco séculos circularam na Europa boatos a respeito de uma ilha mágica - Brasil, Hi-Brasil, Hy-Brazil, Brasile, etc -, com cidades cobertas de ouro e natureza exuberante, uma espécie de Jardim do Éden ou Xangrilá. Ela apareceu em alguns documentos até 1870.
Vários mapas mostravam situavam a ilha no Atlântico Norte, geralmente próximo à Irlanda. Expedições da França e da Inglaterra partiram em busca desta terra maravilhosa e voltaram de mão vazias. Era crença, na época, que ela surgia apenas de sete em sete anos; outros diziam que ficava oculta dos olhos humanos pela neblina; e poucos achavam que ela simplesmente não existia.
Em 1675, entretanto, o respeitado navegador Capitão John Nisbet relatou que em setembro de 1674, retornando da França para a Irlanda, encontrou acidentalmente a fabulosa Ilha de Hi-Brasil, após atravessar um espesso nevoeiro.
A notícia se espalhou e todos queriam sair em busca da terra paradisíaca, mas logo um certo Mathew Calhoon deu entrada numa petição oficial ao Rei Charles I reclamando a posse da Ilha de Hi-Brasil. Não ficou claro em que bases Mathew pleiteava o território, mas prevaleceu o bom senso e foram assegurados os direitos do verdadeiro descobridor daquela terra, o Capitão Nisbet. Mas isto pouco importou, porque a ilha jamais voltou a ser encontrada.
Várias ilhas "misteriosas" no Oceano Atlântico foram identificadas e hoje são pontos geográficos comuns em nossos mapas, como ocorreu com a mística Saint Bredan, que veremos num artigo em breve. A Ilha de Hi-Brasil, entretanto, não foi localizada. Considera-se hoje que ela nunca existiu ou foi uma formação vulcânica temporária que fumegava e produzia o citado nevoeiro, derramando lava em brasa - daí viria o nome "brasil". Embora especuladores e até algumas seitas queiram vincular esta ilha ao nosso país, cientificamente não existe qualquer relação.
Estava na hora de colocar essa história pra frente! Comecei a desenhar em cima dos esboços antigos a minha HQ que intitulei Hi-Brasil. Será uma espécie de fábula brasileira. Meio mitológicas onde personagens de nosso folclore se misturam a personagens inspirados em tipos do norte, sul, leste e oeste do Brasil.
A história é situada e ambientada num futuro não muito improvável, num planeta carcomido pelas agruras das intempéries causadas pelo meio ambiente arrasado pela ação do homem.
Terremotos e inundações fizeram com que o recorte do país se apresente diferente e a maioria dos que sobraram fugiram para as terras altas.
Indiferente a ordem geral quatro personagens acabam se distanciando do seus territórios onde vivem e convergem ao centro do país seguindo as instruções de divindades que os acompanham. Os quatro tem o mesmo objetivo: levar para sua terra o grande segredo para que tudo volte ao normal.
Aqui coloco um dos esboços e a arte final do personagem principal. Já olhando este, dá para se ter ideia de qual parte do país ele veio.
Este CARNEval foi o exemplo de que não se deve combinar nada para os feriadões que povoam o calendário brasileiro.
Um festival de porcaria, roubo, mortes, desentendimentos, putaria e libertinagem. Afinal os portais do inferno se abrem e o pessoal lá debaixo vem para o seu salvo conduto. Dependendo da sintonia...fudeu! Literalmente.
Samba, samba, purpurina e aquela encheção de saco das apurações das "escolas de SAMBA".
Enquanto no norte do país a criatividade e a brincadeira carnavalesca acontece como nos anos dourados do carnaval no centro do país a coisa ficou mais e mais colorida e até dava gosto de ver os desfiles das escolas no Rio.
Já em Santa Cruz o mau gosto e a falta de imaginação ficou a cargo dos bloquinhos que se uniformizam com as tradiocionais camisetinhas com os CRIATIVOS nomes de Toa Toa e Toma Toma...pfshauhahaha. Desculpem não dá pra não rir. Pra quem não sabe o Toa Toa é um pear em Porto Seguro e os criativos do bloco santacruzense nem se quer tiveram o trabalho de fazer um logo diferente. Mas o que pior ainda foi o tal Toma Toma que além do nome ser uma quase cópia fonética se apresentou com um logo semelhante ao Toa a Toa.
Mas tudo bem caras, tem sempre um bobo ou uma bobinha com os feromônios a solta, prontos para qualquer motivo quebrar tudo e se grudarem na primeira esquina escura ...iche, isso era no meu tempo, hoje a coisa ta mais liberal, vai no salão mesmo.
Como se não bastasse a falta de criatividade e vontade de fazer a cidade brilhar em um momento de alegria, fantasia e muita brincadeira, ainda tem os surdinhos de plantão e seu mau gosto musical, se é que aquilo dá pra se dizer música. Credo paresso um velho...
Mas de fato é uma imbecilidade sem tamaho os tais carros com cornetas de som a todo o vapor bumbando o tal hip hop....mas, e o carnaval? E o samba? Nada, o negócio é martelar alguma coisa, mesmo que o pessoal que ainda trabalha tenha que dormir comum barulho desses.
Mas é o carnaval, os portoões se abriram!
No meio dessa bagunça toda que chamaram de carnaval aqui em Santa Cruz só me restou ficar com a minha noiva em casa. Nossa, mais putaria carnavalesca pela RedeTV, a Band folia ainda dava pra ver, e os desfiles do Rio só na globonews, infelizmente não pego a globo, uff! Ou felizmente...
De repente a salvação! TNT me traz a Fanhouse Tour. A cantora Pink foi um oases no deserto carnavalesco de 2010 e vou dizer, além de ter a melhor voz dentre as tais divas da música pop o show trás elementos magníficos de um circo meio psico, meio dark e meio Rock puro. Aposentei a Madonna , que preferiu vir para o sambodromo ser achacada pelo governador do Rio e adotei definitivamente a rockeira pop Pink com minha favorita.
Acho que é porque temos os mesmos sinais no mesmo lado do rosto e cor de olho que me identifiquei coma moça...bobice né mas é bão. Pra quem tem dúvida do bom gosto do show assista o vídeo abaixo e arrepiense com a interpretação mais power da música Bohemian Rapsodi do Queen.
Esse foi um bom remédio neste Carnaval do caramba.
Majesty’s Theatre e o meu final de tarde inesquecível
O cheiro de cidade grande misturado ao perfume das pipocas ardendo e explodindo na panela magnificamente polida em um pipoqueiro que mais parecia saltar do século passado. Tudo muito antigo, o teatro, um dos mais velhos de Londres, histórico. O sol descia por detrás dos prédios antigos de Londres.
Mais uma vez o cheiro característico da cidade, cheiro de mofo, as pessoa muito bem arrumadas, lindas.
Na minha frente o cartaz do O Fantasma da ópera e a promessa de um sonho realizado. A primeira pessoa que pensei foi em meu irmão mais velho e no quanto ele gostaria de estar aqui no meu lugar. A segunda e sem menos importância do que a primeira foi a Fernanda. Olhei atento ao cartaz e vi amor nele, o amor que sentia por ela e o sentimento triste de não estar ali com ela. Pois era o sonho dela e não meu, ela sonhara mais forte em estar aqui. Eu sonhara em ver essa ópera magnífica a 20 anos.
E assim eu estava ali, envolto a tudo, metade feliz metade melancólico. Mas meus olhos seriam os olhos de Fernanda , e meus ouvidos o do meu irmão...naquela noite eu seria muitos.
Aquele final de tarde era um sonho e nunca vou esquecer os cheiros. Cheiros de Londres e seu magnífico por de sol.