Foi pelo final dos anos 70 que de uma hora para outra], até onde me lembro, estávamos fechando a nossa casa em General Câmara e entrando em uma jornada maluca em um fusca.
Me lembro de sairmos de madrugada após um temporal que arrasou a região.
Embarcamos no fusca branco que era de minha falecida avó, com o banco de trás reclinado, numa espécie de cama quemeu pai fez com malas e cobertores. Ali nos instalamos eu (Rafael) e meus dois irmãos: Michelângelo e Leonardo.
Eu gostava de ficar no meio e ficava observando meu pai dirigindo com a luz do rádio do carro ainda iluminando o interior do carro. Lembro de desviarmos de uma árvore caída na estrada devido a tempestade, e de minha mãe contando os "pila" para os pedágios.

A moeda era o cruzeiro ainda , e eu fazia uma coleção maluca de notas de um cruzeiro novinhas. Foi tudo nessa viagem.
Setenta e duas horas depois, ou mais, estávamos chegando na cidade de São Paulo. Mas especificamente na rua Teodoro Sampaio, na casa de nossa avó. Era um alívio e uma festa, pois iríamos encontrar nosso tio Luiz que gostávamos muito. Um mundo diferente e cheio de novidades, era como chegar em outro planeta para nós pequenos.
O mais incrível é lembrar dessa proeza nos dias de hoje, principalmente vendo a radical diferença nos meios de transportes.
Fazer uma viagem até São Paulo nos carros de hoje, a partir do Rio Grande em todo o conforto e rapidez dos automóveis modernos e quase que tranquilo. Imaginar fazer HOJE essa viagem num Fusca e digno de espanto. Mas meu pai o fez, com três crianças pequenas, empilhadas na parte de trás do fusquinha. Certamente ele seria preso hoje por isso.
A MOEDA DA ÉPOCA, O CRUZEIRO.
RUA TEODORO SAMPAIO, MINHA AVÓ E MINHA MÃE NA ÉPOCA.
NÓS E O VALENTE FUSCA QUE FOI A SÃO PAULO
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