sábado, 11 de fevereiro de 2012

Ele ainda me Trás a criança que perdi no tempo


Em poucos casos nós adulto,s em nossa vida de criaturas mais velhas, conseguimos encontrar a nossa criança perdida.
As vezes quando no tornamos pais revivemos nossa infância observando nossos filhos. Mas aquele sentimento livre de acreditar no impossível, de viver com o coração e não com a razão só reencontramos em momentos mágicos e especiais.
Eu aluguei o E.T. de Spielberg para rever essa obra prima do cinema dos anos 80. Por uma acaso, desses acasos que são regidos por mãos mágicas, coloquei sem saber o disco 2 do DVD na "agulha".
Então resolvi ver os documentários antes do filme.
Foi como uma máquina do tempo abrindo os véus que me separaram 30 anos de um Rafael a muito perdido.
Vendo o velho Spielberg, percebi que meu mestre dos anos 80, meu avatar, meu guru envelheceu um bocado...por fora. Lembrei que naqueles dias dos anos 80 eu quis de toda forma me transformar no mestre, viver como ele e estar sempre dentro dos contos de fada espaciais e aventuras sem fim.
Era 82, verão de São Paulo, chovia um pouco como de costume. Estávamos na casa de minha avó paterna prontos para viver o retorno a nossa terra amada do RS. Nossas coisa já haviam vindo e no dia seguinte iríamos de avião para casa....nossa verdadeira casa. O pesadelo havia acabado e meu querido pai com sua sagassidade de sempre acabou por nos levar ao cinema. 
Um paradoxo iria acontecer a partir daquela noite. A AVENTURA DAQUELE PEQUENO SER ALIENÍGENA SE TORNOU PARA MIM E PARA UM BOCADO DE GENTE um marco simbólico que criaria em todo o mundo uma forte vontade de olhar para o espaço e acreditar que poderíamos ser pessoas melhores. A partir de E.T. eu resolvi ser cineasta o que fui em pequenas proporções. Com 17 anos fiz um curso de artes cinematográficas, realizei um filme de 1h, colecionei revistas e fotos de filmes, mergulhei de cabeça nesse mundo, desenvolvi roteiros e sonhei muito. Como era bom sonhar e viver alguns sonhos ao mesmo tempo.
Mas o menino de 11 anos que viu E.T. no cinema continuou a olhar as estrelas e vislumbrar a idéia de que ali em cima poderia existir amigos como o pequeno alienígena do cinema e com o passar do tempo, deixei de sonhar e comecei um longa jornada em busca dessa verdade. Me tornei ufólogo e um adulto que não sonhava mais com as possibilidade e sim caçava elas.
Ontem quando vi o filme da minha vida ET, as lágrimas não se conteram quando descobri que eu havia afogado aquele jovem Rafael que ficava horas em cima de sua casa olhando as estrelas  e dei lugar amargura de ser adulto. 
Mas graças ao Spielberg, encontrei novamente o meu ponto de ebulição e redescobri o RAFAEL que quero que meu filho conheça. O que vivia pelo coração e não pela razão.
Obrigado meu amiguinho...Rafa, phone home!


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